Socorro! Meu filho come mal é um livro baseado na série com o mesmo nome do canal GNT. O programa é um reality show que fala sobre alimentação infantil. Gabriela Kapim e Ana Abreu recebem o pedido de socorro de uma família que tem alguma questão séria com a alimentação de seu filho e a partir daí traçam um plano de ação para reverter a situação. O livro ensina como os Pais podem modificar a alimentação dos seus filhos de maneira saudável e não traumática.

Conhecendo as dificuldades que muitas das famílias enfrentam em relação a alimentação dos pequenos que convivem conosco diariamente, resolvemos transmitir aos Pais algumas dicas retiradas do livro para que possam usar no dia a dia dos seus filhos em uma série de circulares do nosso Projeto – Conversando com a família – Socorro! Meu filho come mal.

“Seu filho come mal? Não há nenhuma dificuldade alimentar que não possa ser resolvida com uma xícara de paciência, uma pitada de carinho, um punhado de dedicação e uma boa dose de orientação nutricional. E é com prazer e alegria que trazemos uma série de dicas, receitas, histórias e atividades que podem ajudar você e sua família a adotarem hábitos alimentares mais saudáveis.”

Gabriela Kapim e Ana Abreu

Os 10 mandamentos para uma boa alimentação infantil

1 – Alimentação é acima de tudo um gesto de cuidado e carinho – uma alimentação saudável é sinal de cuidado e de preocupação com a saúde do seu filho, agora e no futuro. Alimentar as crianças de forma saudável é mais do que um gesto de saúde. É simplesmente um gesto de amor. Parece óbvio? Pois tendo isso sempre em mente, inserir uma boa alimentação na rotina das crianças fica ainda mais fácil. Uma alimentação saudável é sinal de cuidado e de preocupação com a saúde do seu filho, agora e no futuro. Na correria do dia a dia, muitas vezes optamos por saídas mais fáceis e práticas, e oferecemos aos nossos filhos alimentos que não nos tomam tempo, nem de preparar, nem de introduzir um novo sabor no cardápio. Mas ceder ao conforto e aos hábitos (isso sem falar nos ataques que muitas crianças dão para comer o tal biscoito recheado de sempre) é uma solução a curto prazo. Em termos de saúde, e de qualidade de vida a médio e longo prazo, não é uma boa escolha… A saúde dos nossos filhos está em nossas mãos! Você deixa seu filho sem tomar vacinas obrigatórias? Imagino que não. E seu filho gosta de tomar vacina? Você fica com o coração apertado em vê-lo chorando? Imagino que sim! Mas nem por isso deixa de vaciná-lo, certo? Porque é uma questão de saúde: pode ser desagradável no momento da injeção, mas vai protege-lo de uma série de doenças no futuro. Podemos pensar que com a alimentação saudável se dá o mesmo, mas com a grande vantagem de não doer e de ser bem mais gostoso!

2 – Alimentação consciente é uma questão de educação – comer de forma saudável é algo que se aprende em casa, e desde cedo. O ideal é que a alimentação equilibrada seja introduzida desde o nascimento, mas é importante saber que nunca é tarde para mudar. E a mudança deve ser feita o quanto antes, pois quanto mais tempo acostumada a se alimentar de forma precária, mais difícil pode ser o processo de transformação. A pessoa responsável pelos cuidados cotidianos da criança, seja a babá ou a avó, por exemplo, também deve ser devidamente orientada. As regras devem estar claras e devem ser cumpridas por todos. Procure estar atento também ao cardápio da escola, ao lanche que seu filho leva de casa e, em caso de dúvidas, procure o nutricionista da escola. Seu filho pode ficar todos os dias sem escovar os dentes, sem lavar as mãos ou sem fazer o dever de casa? Pois é com a mesma determinação que a alimentação deve ser tratada: tem que comer bem simplesmente porque é preciso!

3 – Comida não é moeda de troca – não pode haver negociação entre comida e qualquer outra coisa, como brinquedo, passeio ou festa. É comum prometer mundos e fundos caso a criança coma bem, e muitas vezes é uma estratégia que funciona. Mas, o que acontece quando não se promete nada? A criança vai comer, ou está acostumada a comer sempre em troca de alguma coisa? Se as trocas começam ser a única forma de fazer com que a criança coma bem, algo está errado. E alguns Pais, na hora do sufoco, acabam fazendo ameaças que muitas vezes nem cumprem, o que pode ser muito ruim para a relação de confiança que a criança estabelece com os Pais. Então, de volta à premissa anterior: a criança tem que comer bem e pronto! Eu sei que falando assim pode até parecer difícil ou mesmo impossível, mas se você de fato acredita nisso e entende a importância da alimentação para a saúde do seu filho, estará mais seguro para enfrentar o processo de transformação. Além disso, os seus valores em relação à alimentação são os valores que serão passados para o seu filho. Então vamos lá: você acredita que a criança deve comer apenas em troca de alguma coisa ou porque é essencial para a saúde e bem estar dela que se alimente bem? A única negociação possível na hora das refeições é entre um alimento e outro. Vale trocar uma colher de cenoura por uma de creme de espinafre, ou um pedaço de frango por um ovo cozido. Chega de comprar seu filho para que ele se alimente bem!

4 – O prato precisa ter cinco cores diferentes – cinco cores no prato, esse é meu lema! Um prato saudável e completo deve conter:

1 – Proteína (carne, frango, peixe, ovo, frutos do mar, laticínios…)

2 – Cereal (arroz, trigo, milho, aveia, quinua…)

3 – Leguminosa (feijões, lentilha, ervilha, grão de bico…)

+ E para completar as cinco cores, mais dois vegetais coloridos: verde, vermelho, laranja, amarelo, rosa ou branco.

Mas por que exatamente cinco cores? Por dois principais motivos: um é lúdico e o outro é nutricional. Vamos lá: o prato colorido é um jeito lúdico de mostrar para criança a variedade de cores que os alimentos trazem. Criança adora tudo o que é colorido. Assim como as cores dos brinquedos, das roupas e dos jogos, as cores dos alimentos também podem ser uma grande diversão! Mas essa brincadeira tem uma questão nutricional importante: a variação de cores está diretamente relacionada com a variação de nutrientes. Os alimentos alaranjados estão cheinhos de betacaroteno, os vermelhos de licopeno, os verdes escuros estão recheados de ferro… Um exemplo simples de prato colorido e saudável: arroz, leguminosa (varie entre os diferentes tipos de feijão, a lentilha, a ervilha, o grão de bico), proteína (carne, peixe, frango, ovo, de preferência sem fritura) e pelo menos dois tipos de vegetais de cores diferentes.

5 – Os Pais são sempre o melhor exemplo para os filhos – muita atenção ao que você come na frente do seu filho. Dificilmente seu filho terá uma alimentação saudável se você come mal. A primeira coisa a ser feita antes de iniciar qualquer mudança alimentar em uma criança é dar bom exemplo. Os Pais sempre serviram como o maior exemplo para os filhos, e isso também vale quando o assunto é alimentação. As crianças não entendem porque os adultos podem comer mal e eles não. De que adianta proibir seu filho de beber refrigerante se ele o vê fazendo isso diariamente? Por que ele deveria ter uma alimentação saudável e você não? Se seu filho come mal, comece a reparar que mensagem você está passando sobre a importância da alimentação para ele, não na sua fala, mas nas suas ações! Nossos filhos aprendem muito mais com o que fazemos na frente deles do que com o que falamos para eles. Portanto, bom exemplo sempre!

6 – A hora da refeição deve ser um momento de prazer em família – aproveite as refeições para curtir a família. Na correria do dia a dia, são raros os momentos em que todos estão juntos. Então se esforce para fazer pelo menos uma refeição em família, a que for possível para você. Essa reunião em família ao redor da mesa pode ser um grande prazer! Converse com a criança, conte algo que aconteceu no seu dia, pergunte como foi na escola. Valorize a alegria de estarem juntos, porque assim a criança não vai associar os momentos das refeições a obrigação e chatice. As refeições podem ser o palco de grandes momentos: quantas grandes empresas não começaram em um almoço de negócios? Quantos pedidos de casamento não foram feitos em um jantar romântico? Então valorize esses momentos e curta cada refeição com a sua família.

7 – Refeições sem distrações – sem televisão, celular, tablete e videogame. Nada de televisão, tablete, videogame ou celular ligados durante as refeições. Já diziam nossas avós: a hora das refeições é sagrada. A ordem aqui é comer com prazer e curtir. Se a criança só come assistindo televisão, por exemplo, ela não presta atenção no que está comendo. Dessa forma a criança não distingue os sabores dos alimentos. Além disso, o cérebro não registra da forma correta o que a criança comeu, e ela pode querer comer demais – ou de menos. É essencial que a criança saiba o que está comendo e fique atenta à mastigação. Quando se come com distrações, mastiga-se menos; com isso se produz menos saliva, o que acaba prejudicando muito a formação do bolo alimentar e consequentemente a absorção de alguns nutrientes. Além disso, se a criança aprende a curtir as refeições, vai se tornar uma ótima parceira em idas a restaurantes com os Pais.

8 – Para gostar tem que experimentar – seu filho é daqueles que diz que não gosta de um determinado alimento antes mesmo de experimentar? Não preciso nem dizer que para gostar tem que experimentar, né? E tem que ser várias vezes! Você deve oferecer aos eu filho várias receitas feitas com o mesmo alimento. A forma de se preparar o alimento pode mudar sua textura e até seu sabor. Quer que seu filho coma cenoura? Então ofereça cenoura crua, cenoura cozida, suflê de cenoura, purê de cenoura, bolo de cenoura… São inúmeras as opções de receitas com o mesmo alimento, o que aumenta a chance de aceitação da criança! Estudos dizem que é preciso experimentar pelo menos dez vezes um mesmo alimento para que a criança (e o adulto) tenha certeza se gosta ou não. Então, considerando que podemos fazer pelo menos dez preparações diferentes de cada alimento, seria necessário experimentá-lo cem vezes antes de dizer que não gostamos. Tá bom, cem vezes pode ser muito, né? Mas o importante é não desistir! Se a criança fala que não gosta uma única vez, insista mais um pouco e procure variar a preparação do alimento.

9 – Se a criança não estiver com fome não precisa comer … – eu sei que o coração muitas vezes aperta, mas quando a criança só quer saber de enrolar na hora das refeições, não adianta insistir. Ela só está testando o limite e a paciência dos Pais. Se ela estiver com fome, irá comer. Se não quiser comer, retire o prato da mesa. Sem brigas, insistência, nem discussões. Mas não vale dar nenhuma outra coisa para a criança comer, principalmente besteiras! Quando ela estiver com fome e pedir para comer, ofereça comida novamente. Não fique oferecendo comida o tempo todo para a criança, deixe que ela sinta falta e peça. É importante, também, que a criança entenda que existe uma ordem nas refeições: café da manhã, colação, almoço, lanche, jantar e ceia. E que desta forma não é possível, por exemplo, lanchar sem ter almoçado, pois existe uma sequência de refeições, e uma não deve substituir a outra. Lembre-se: ter sempre em mente que isso é a melhor coisa para a saúde do seu filho vai ajudar muito no processo!

10 – As regras são para todos os membros da família – lembra da importância do exemplo dos Pais? Vamos estendê-la para toda a família! Não adianta nada aplicar as regras para uma criança e não para o seu irmão. E muito menos os Pais ficarem de fora. A saúde de todos é igualmente importante. As regras são para todos. Só assim a criança vai entender que não adianta mais birra, choro, e nem ânsia de vômito! Se todo o ambiente estiver propício para que a alimentação consciente passe a ser regra, a criança passa a aceitar com mais facilidade.
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Fonte de consulta:
Socorro! Meu filho come mal.
Gabriela Kapim e Ana Abreu
Editora Leya  – Páginas 16 a 35.

Passinho Inicial

Leia também:
– Fruta: item obrigatório na lancheira do seu filho

Até o próximo post.

Para aqueles que tem filhos pequenos que já frequenta as escolinhas e/ou creches, vale a pena conferir:

Água, pão integral e requeijão também podem ser levados à escola. O refrigerante deve ser evitado.

Com a volta às aulas, os Pais retomam a preocupação sobre como montar a lancheira ideal para o seu filho.

De acordo com nutricionistas, a escolha do que a criança leva para a Escola deve levar em conta dois aspectos: a refeição tem de ser saudável e não pode haver o risco de o alimento estragar até a hora do intervalo.

Uma orientação dada pelos especialistas é a de que a fruta deve ser o alimento central e obrigatório da lancheira. “Ela garante a saciedade com baixa oferta energética”, explica Camila Leonel Mendes de Abreu, nutricionista e mestre em ciências pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Ela dá como dica escolher uma fruta “prática para ser consumida com casca ou cuja casca possa ser retirada com facilidade, como maçã, banana, pera ou morango”.

Segundo a nutricionista Patrícia Ramos, coordenadora de nutrição do Hospital Bandeirantes, também devem entrar na lancheira alimentos com carboidrato e proteína. Nesse caso, ela sugere como itens pão integral com queijo ou requeijão.

A criança também deve estar sempre bem hidratada. Para isso, a dica é levar uma garrafinha térmica de água para que ela possa beber até mesmo durante o horário de aula. “Deve-se colocar no congelador, para que ela se mantenha fresca até a hora em que ela será consumida”, afirma Patrícia. 

Vilões

Há itens, por sua vez, que nunca devem entrar na lancheira, na avaliação das nutricionistas. Entre eles, estão os refrigerantes, até mesmo os com zero caloria, por possuir muito sódio em sua composição, e bolachas com recheio e salgadinhos.

Já o doce deve ser evitado, mas podem, em alguns casos, ser liberado em um dos dias da semana. “Nos demais, deve-se optar pelos alimentos mais nutritivos”, explica Camila.

Obesidade é a maior preocupação

A lancheira saudável deve ser encarada pelos Pais como um instrumento de educação alimentar da criança e uma forma de ela evitar a obesidade infantil. Segundo a nutricionista Patrícia Ramos, do Hospital Bandeirantes, crianças obesas são mais propícias a sofrer desse mesmo problema na fase adulta, o que e um fator de risco para doenças graves, como diabetes, infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

O que não pode faltar na lancheira do seu filho?

Água, água de coco ou suco sem açúcar – é essencial para repor a energia perdida durante atividades físicas. Dê preferência a produtos engarrafados para evitar vazamento.

Pão integral ou bolacha sem recheio – o carboidrato deve ser apenas uma parte do lanche e servido em pequenas quantidades. Deve-se pôr, no máximo, cinco unidades de bolacha.

Queijo e requeijão – pode ser usado como recheio do pão integral ou sírio por ser uma proteína láctea. Já o iogurte só pode ser colocado se for possível manter em lancheira térmica.

O que não deve entrar na lancheira?

Refrigerantes, salgadinhos de pacote, coxinha, batata frita, energético, pastel, bolacha recheada, bala e achocolatado.

Por quê?

Uma lancheira que contém esses itens não é recomendada porque os excessos de gorduras e carboidratos devem ser evitados. Isso porque eles podem levar à obesidade, que é um fator de risco para uma série de doenças que a criança pode desenvolver principalmente quando atingir a fase adulta.

Dicas para montar uma lancheira saudável e gostosa

Planejamento – elabore um esquema semanal ou mensal para montar a lancheira do seu filho e compre tudo com antecedência. Evite substituições em cima da hora porque isso pode fazer com que você não consiga montar a lancheira de forma equilibrada.

Porções pequenas – não coloque embalagens inteiras e pacotes fechados de produtos como bolachas, por exemplo. Assim, você controla a quantidade e saberá como dividir melhor o que vai entrar na lancheira.

A fruta é obrigatória – deixe que a criança participe da escolha da fruta do dia que entrará na sua lancheira.

Doces – devem ser evitados, mas não proibidos. Escolha um dia da semana para colocar doces na lancheira. Nos outros, coloque somente alimentos nutritivos.

Conversa – deixe um dia da semana para pedir sugestão ao seu filho sobre o lanche do dia. Isso faz parte da educação nutricional dele.

Onde encontrar ajuda gratuita? – especialistas como uma nutricionista, unidades de saúde da prefeitura de São Paulo ou unidades de saúde do estado de São Paulo, claro, para quem vive na cidade ou estado de SP. Para os que vivem em outras cidades ou estados é possível que consigam este tipo de orientação nos órgãos competentes.

Este é mais um artigo cujo objetivo é orientar e ajudar os pais no pleno desenvolvimento dos pequenos.
Adaptado de texto do Passinho Inicial

Leia também:

Dicas para montar uma lancheira saudável para seu filho – 17/03/14
Evite a cantina da escola e prepare em casa o lanche do filho (Foto: Schutterstock)

Até o próximo post.