Os pais e filhos devem evitar consumir o que não seja realmente no Dia das Crianças. Muitas pessoas gastam o que não precisam e dão o que as crianças não necessitam, muitas vezes acabam ficando endividadas;

O Dia das Crianças se aproxima e os pais lotam shoppings, lojas e feiras à procura de presentes para os filhos. Quem não consegue dar um presente conforme o desejo do filho, por mais caro que seja e fora da sua capacidade de consumo, acaba ficando com a consciência “pesada” e acabam se endividando para agradar as crianças. Às vezes por não terem tempo para seus filhos os pais querem compensar isto financeiramente, ou seja, gasta o que tem e o que não tem para agradá-los. Ainda existem aqueles que não tiveram muitas condições quando pequenos e não desejam que seus herdeiros passem pelas mesmas privações.

Embora possa se justificar todas as atitudes, se faz necessária uma reflexão mais profunda para verificar quais são as consequências dessas atitudes consumistas para a formação dos nossos filhos.
Dar presentes baratos ou caros aos filhos no dia das crianças ou em outras datas comemorativa não é errado, porém é preciso ser responsável e ensinar os limites aos pequenos, além de dar afeto, carinho e pensar na formação do caráter humano. Caso contrário, em qual momento estas crianças aprenderão a valorizar o mundo em que vivem, se eles têm o que desejam a toda hora? Existe um ditado antigo que diz: “Quem não valoriza o pouco, não merece o muito”.
Aqueles que são pais precisam refletir mais: será que não estão ensinando os seus filhos a pensar que o único sentido da vida é consumir sem parar?

Converse com o seu filho sobre a real necessidade daquele querido presente. Lembre-o do seguinte:
– A quantidade de lixo que se gera a partir das embalagens da nova aquisição;
– Se seria o momento certo de presentear com algo novo;
– Se uma conversa, um carinho ou um momento em família não valeriam como um verdadeiro presente.

Caso neste Dia das Crianças você for comprar um brinquedo novo, é aconselhável fazer uma reciclagem dos antigos. Compartilhe uma regra com seu filho: a cada novo brinquedo que ele ganhar, um antigo será doado a quem não tem.

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Até o próximo post.

Quando uma criança coloca uma boneca para dormir, inventa uma saga para um super-herói, joga queimada ou pula amarelinha, ela não está apenas se divertindo: está aprendendo como funciona o mundo no qual está inserida. Veja a seguir por que brincar é tão importante para os pequenos agora e na vida adulta.

Quem não quer um filho feliz e bem-sucedido no futuro? Que seja bom, generoso, batalhador, bem resolvido, respeite os outros e a natureza… E o que você faz para ajudar nesse sentido? Dá bons exemplos, conversa, procura uma boa escola, matricula em cursos extracurriculares? A sua preocupação é pertinente, mas é fundamental que você saiba que existe algo bem simples que é tão importante na infância quanto levar ao pediatra regularmente ou oferecer uma alimentação saudável: brincar. É isso mesmo! Quando a criança corre para pegar o amigo, serve chá para as bonecas ou joga futebol, ela não está apenas se entretendo. Há também uma série de ganhos físicos, cognitivos, emocionais e afetivos, que farão diferença hoje e também mais adiante.

Esses elementos formam um todo, de maneira que, se faltar algo em um dos aspectos, os outros também serão afetados. “Quando você vê um bebê engatinhando para pegar uma bola, por exemplo, pode pensar que o único benefício daquela situação é o desenvolvimento físico. Mas não só. Ele está conhecendo o espaço, adquirindo consciência do próprio corpo e superando um desafio”, afirma Maria Ângela Barbato, pedagoga e coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar, da PUC-SP. “E todo esse conhecimento é internalizado no cérebro, de maneira que a criança aprende sobre aquilo que a cerca.”

Para o médico Daniel Becker, do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o brincar vai além do desenvolvimento neuropsicomotor. “É o jeito de estar no mundo de forma adequada. A criança entende seu papel e do outro na vida dela e compreende a sociedade em que vive”, explica. “Além do mais, é fonte de alegria, item fundamental para a saúde.”

Para tanto, vale brincar com qualquer objeto e de todas as formas possíveis, de maneira livre ou dirigida, sob intervenção de um adulto ou com um amigo. O importante é ter um tempo separado para isso. “A brincadeira deve ser desestruturada em boa parte do tempo, sem um brinquedo”, defende Becker. É a famosa situação da criança que se diverte mais com a embalagem do que com o brinquedo. Se isso acontecer, não ache ruim, fique feliz com a capacidade do seu filho de criar!

Resista também à sensação de sugerir brincadeiras a todo momento – estimule a autonomia, a capacidade de fazer companhia a si mesmo e permita que ele escolha o que quer fazer. Quando receber os amigos dele em casa, não organize tudo como se fosse uma pré-escola. “Deixe o quarto livre, com espaço para as crianças brincarem e buscarem soluções”, recomenda Gisela Wajskop, doutora em Educação e colunista da Crescer.

“Nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar.” (Oliver Wendell Holmes, médico e escritor inglês que viveu no século 19)

Leia 11 motivos pelos quais seu filho precisa brincar, e muito!

Por que brincar?

1 – Combate à obesidade – é notória a importância do brincar para que a criança se movimente, desenvolva a motricidade e mantenha o peso regular, combatendo a obesidade e o sedentarismo. A brincadeira ao ar livre é fundamental para que a criança explore espaços maiores, mexa-se mais, experimente variações climáticas, tome sol (lembre-se sempre da proteção e dos horários adequados), entre outros benefícios. Meia hora de pega-pega, por exemplo, gasta em média 225 calorias e o mesmo tempo de amarelinha representa 135 calorias. “A convivência com a natureza reduz a obesidade, o déficit de atenção, a hiperatividade e melhora o desempenho escolar”, afirma Becker. Além disso, ao ter contato com ela – seja em parques, praças ou praias – seu filho cria uma conexão prazerosa com o meio ambiente e estabelece uma relação de respeito com todos os seres vivos.

2 – Permite o autoconhecimento corporal – quando o bebê bate palmas ou a criança anda de bicicleta, estão experimentando o que o corpo é capaz. “Se você permite que seu filho corra, tropece, caia e levante de novo, ele aprende sozinho sobre suas possibilidades e limitações”, diz Luciane Motta, da Casa do Brincar (SP). Na brincadeira, o ser humano começa a ter consciência de si mesmo.

3 – Estimula o otimismo, a cooperação e a negociação – por que o brincar tem tanto valor, a ponto de estar previsto na Declaração Universal dos Direitos da Criança, do Unicef? Porque seus benefícios transbordam em muito o aspecto físico. É como se fosse uma característica inerente ao ser humano, defende o psiquiatra Stuart Brown, fundador do The National Institute for Play, na Califórnia (EUA). “Trata-se de uma necessidade biológica básica que ajuda a moldar o cérebro. A vantagem mais óbvia é a intensidade de prazer, algo que energiza, anima e renova o senso natural de otimismo”, diz. Algumas habilidades essenciais, que serão requisitadas também no futuro, estão na brincadeira, como cita o estudo O Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância sobre a Aprendizagem, do Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância: “Á medida que as brincadeiras se tornam mais complexas, o brincar oferece oportunidades para aprender em contextos de relações sócio afetivas, onde são explorados aspectos como cooperação, autocontrole e negociação”.

4 – Gera resiliência – uma das habilidades emocionais mais valorizadas hoje em dia é desenvolvida no ato de brincar: a resiliência. Quando a criança perde no jogo ou o amigo não quer brincar da maneira como ela sugeriu, entra em cena a capacidade de lidar com a frustração, de se adaptar e se desenvolver a partir disso. Com essas experiências, ela aprende a administrar suas decepções e a enfrentar as adversidades.

5 – Ensina a ter respeito – relacionar-se com o outro é mais uma capacidade vivenciada na brincadeira. Ao interagir com os amigos, irmãos ou pais, a criança aprende a respeitar, ouvir e entender os outros e suas diferenças. Para isso, é essencial que ela possa brincar livremente, sem condições impostas por gênero. “O adulto que brincou bastante na infância é alguém aberto a mudanças, tem pensamentos mais divergentes e aceita a diferença com maior facilidade. No entanto, se uma menina só pode brincar de casinha e o menino, de carrinho, a brincadeira pode impactar para o mal”, lembra Gisela Wajskop.

“A criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis.”

(Lev Vygotzky, psicólogo bielorusso, pai do socioconstrutivismo)

6 – Desenvolve a atenção e o autocontrole – seja para montar um quebra-cabeça, equilibrar-se em um pé só ou empilhar uma torre com blocos, essas habilidades serão aperfeiçoadas a cada brincadeira. Sem contar que serão empregadas desde muito cedo na vida do eu filho, seja na hora de fazer uma prova ou de resolver um conflito.

7 – Acaba com o tédio e a tristeza – brincar ajuda a manter em ordem a saúde emocional – e as próprias crianças percebem esse benefício. Em um estudo realizado pela Universidade de Montreal, no Canadá, 25 meninos e meninas de 7 a 11 anos fotografaram e falaram de suas brincadeiras favoritas. Para eles, brincar é uma oportunidade de experimentar felicidade, combater o tédio, a tristeza, o medo e a solidão. “Quando pais, médicos e autoridades focam somente no aspecto físico da brincadeira, deixam de lado pontos benéficos para a saúde emocional e social”, afirma a autora Katherine Frohlic.

8 – Incentiva o trabalho em equipe – nos jogos coletivos, como o futebol e a queimada, a capacidade de se relacionar com os demais também exige que a criança pense e aja enquanto parte integrante de um grupo. Em um mundo como o que vivemos, cada vez mais conectado, essa habilidade se faz ainda mais importante. Trabalha-se cada vez mais com projetos (desde a educação nas escolas até as grandes empresas), nos quais tudo parte de um interesse coletivo e todas as etapas são desenvolvidas em conjunto – por isso, aprender a defender um time hoje pode ter grande impacto lá na frente.

9 – Instiga o raciocínio estratégico – jogos de regra, como os de tabuleiro, põem as crianças em situações de impasse. Para solucioná-los, elas precisam raciocinar de maneira estratégica, argumentar, esperar, tomar decisões e, então, analisar os resultados. Ao solucionar problemas, elas vão tentar, errar e aprender com tudo isso – para que, na próxima rodada, possam fazer melhor, com mais repertório.

10 – Promove criatividade e imaginação – ao ler uma história, brincar de boneca ou construir um brinquedo com sucata, a criança desenvolve imaginação. E, para isso, não precisa de muito: potes, galhos e panelas podem dar vida a tanta coisa! Foi o que mostrou uma pesquisa da RMIT University, de Melbourne, na Austrália, feita com 120 crianças de 5 a 12 anos. A conclusão é que itens como caixas e baldes incentivam mais a imaginação do que brinquedos caros. Isso porque esses materiais não induzem a uma ideia pronta.

11 – Estabelecer regras e limites – brincando, a criança reconhece e respeita os limites do espaço, do outro e de si mesma. E passa a lidar com regras, aprendendo a segui-las. Se tiver abertura, ela poderá até questioná-las. Isso será fundamental para conviver em sociedade – quando se faz necessário seguir certas convenções, mas também tentar mudar o cenário para melhor, se possível.

“Brincar é condição fundamental para ser sério.”

(Arquimedes, inventor grego da Antiguidade)

Você sabe brincar?

De pega-pega, de boneca, de carrinho, de chute a gol… Se você não se sente confortável em nenhuma dessas situações ou já se esqueceu dos seus tempos de criança, pode ser que faça parte de um grupo de pais que não sabe mais brincar. Motivos não faltam para isso: a correria do dia a dia, a falta de disposição ao fim de um dia de trabalho ou até mesmo por não conseguir se desconectar de notebooks e smartphones em casa. Mas quem não brinca esquece da importância da brincadeira do próprio filho.

É o que aponta uma pesquisa sobre a primeira infância, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, de São Paulo: somente 19% dos pais citaram “brincar/passear” como um dos três itens mais importantes para o desenvolvimento da criança de até 3 anos. O estudo – Percepções e Práticas da Sociedade em Relação à Primeira Infância, realizado em parceria com o Ibope e o Instituto Paulo Montenegro – também mostra que apenas 26% deles dizem respeitar o tempo de descanso e lazer dos filhos, como forma de estimulá-los.

Como mudar isso? Escutá-los, estar junto, saber do que gostam e interagir. Para isso, será preciso dedicar tempo a eles. Insira a criança na sua rotina de tarefas em casa: brinque no banho, convide-a para cozinhar e faça uma competição de quem faz o prato mais colorido, conte uma história enquanto arrumam juntos a bagunça do quarto. Às vezes, só o fato de chamá-lo para ajudar no conserto de um item da casa já vai funcionar como uma brincadeira.

5 formas de diversão

No livro The Importance of Play: A Reporto n The Value of Children’s Play with a Series of Policy Recomendations (A importância do brincar: um relatório sobre o valor da brincadeira das crianças, com uma série de recomendações políticas, em tradução livre), o psicólogo e professor da Faculdade de Educação da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, David Withebread, elenca as seguintes categorias de brincadeiras:

* Brincadeiras com objetos

Inicia assim que a criança pode morder, agarrar e segurar. Dessa forma, ela vence desafios, desenvolve habilidades e estratégias cognitivas e físicas. Valem chocalho, pelúcias, carrinho ou blocos.

* Brincadeira física

Esse tipo começa por volta do segundo ano de vida e, normalmente, ocupa cerca de 20% do comportamento das crianças até 4 ou 5 anos. Correr, pular, dançar e jogar bola são bons exemplos.

* Brincadeira sociodramática

Ao brincar de casinha, médico, escola, costuma-se seguir as regras sociais que regem o personagem. Isso tem clara ligação com a responsabilidade social.

* Brincadeira simbólica

Fazer um desenho, pintar, brincar de massinha ou inventar uma música. Todos desenvolvem habilidades técnicas para expressar e refletir sobre experiências, ideias e emoções.

* Brincadeiras com regras

Nos jogos, aprende-se habilidades sociais relacionadas à partilha e à compreensão das perspectivas dos outros. Valem dominó, mímica, cartas.
Fonte: Revista Crescer – Março/2015  – Páginas 44, 45, 46, 47, 48, 49 e 50..

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Até o próximo post.

Este artigo tem como objetivo orientar e ajudar os pais no pleno desenvolvimento dos seus filhos. Afinal de contas, esperar para quê?

 

Impaciência, imediatismo, inquietude…Esses termos soam familiares? Nas próximas linhas, mães contam como lidam com a pressa dos filhos e especialistas explicam por que eles se comportam assim. Se na sua casa tudo tem de ser na hora, veja por que ensinar a esperar vai fazer diferença na vida das crianças agora e lá para a frente.

 

Esperar. Vai dizer que não é essa a primeira grande lição que Pais e Mães aprendem? Você ficou na expectativa para saber o sexo do bebê, pelos nove meses de gestação, pela dilatação, a primeira mamada, o engatinhar, o andar, o falar, o comer com autonomia, o ler e o escrever…Enfim, aguardar as conquistas de seu filho rumo ao crescimento. Apesar de toda a paciência que a vida requer, nem sempre esse processo é claro. Em meio à correria moderna, de um dia para o outro, os Pais podem perceber que a criança não compreende bem o significado da palavra “espera”. No vocabulário dela, tudo é para a mesma hora. E isso pode trazer consequências não só agora, mas para a vida dela lá na frente.

 

Por motivos diversos – do contato com as novas tecnologias à superproteção dos familiares – , há crianças que têm resistência para entender que tudo requer tempo e faz parte de um processo. “Meu filho, João Pedro, 2 anos e 9 meses, tem uma sede enorme de viver. Ele tem muita pressa para tudo. Eu sou calma, mas sempre trabalhei fora, o que tornou minha vida corrida. Acho que meu filho entrou nesse ritmo”, conta a advogada Lígia Cristovam de Moraes, 32 anos.

 

Ela percebe a aceleração do menino em banalidades: se a mamadeira está esquentando no micro-ondas, ele tira antes de acabar o tempo estipulado; se leva o cachorro passear, sai andando sem esperar o bichinho terminar de fazer xixi; se os Pais pedem uma pizza, começa a chorar porque quer comer na mesma hora. “Na primeira vez que isso aconteceu, eu e meu marido ficamos preocupados. Achamos que ele estava com muita fome e decidimos ir até a pizzaria. João Pedro voltou para casa com a pizza no colo, comendo no caminho. Percebemos que aquilo não estava certo”, diz Lígia.

 

Agora, ela explica ao filho que tudo tem seu tempo. “Após algumas vezes, ele tem absorvido. Mas ainda há estresse quando temos de passar por uma situação nova e que o deixa ansioso”, diz. Além da rotina corrida, a mãe acredita que outro fator contribuiu com esse comportamento: a possibilidade de ver desenhos animados no momento em que desejar, sem precisar esperar o horário de exibição. “A primeira vez que ele se deparou com os comerciais, ficou irritado, foi atrás de mim aos prantos dizendo que o desenho tinha terminado. Eu disse que o intervalo acabaria logo e que era preciso ter paciência.”

 

Geração imediatista

 

João Pedro não é o único nessa situação. Ele faz parte de uma geração que nasceu imersa no imediatismo, em uma sociedade em que as pessoas estão sempre conectadas e prontamente disponíveis para falar com as outras, em que a tecnologia reduz etapas e acelera processos e na qual não há paciência para esperar por resultados a longo prazo. Para essas crianças, é absolutamente normal compartilhar momentos nas redes sociais, escolher músicas em dispositivos de áudio, ver suas fotos na hora, assistir à TV por internet sem intervalos, obter resultados instantâneos em telas de tablets e smartphones, ver a comida ficar pronta em segundos no micro-ondas. Como não ter a impressão de que tudo deve mesmo funcionar assim, na hora que se deseja, ao mais leve toque? Para esses novos habitantes da Terra, esperar parece coisa de outra era e de outro mundo.

 

Foi o que aconteceu na casa da blogueira Annmarie Kelly-Harbaugh, 41 anos, mãe de Katie, 9, Lizzie, 5, e Henry, 2, que a  levou escrever o artigo “Why My Kids Need to Watch More TV” (Por que Meus Filhos Precisam Assistir Mais TV, em tradução livre), para o Huffington Post. Seus filhos estavam na casa dos avós e nunca mais tinham visto os programas de TV aberta. Ficaram indignados por ter de esperar o comercial passar – para eles, aquela era uma intromissão não consentida. O episódio faz Annmarie pensar sobre como seus filhos não tinham mais paciência, que viviam uma infância muito diferente da sua – que foi a de esperar pelo filme preferido, pela música na rádio, para sair com os amigos… E que seu papel como mãe era dizer: “Vá devagar”. Até mesmo para permitir que eles sejam crianças por um pouco mais de tempo.

 

Há uma corrente de estudiosos sociais que se refere aos nascidos a partir de 2010 como “Geração Alfa”. “Essa será a mais tecnológica e com maior poder de influência. Há 2,5 milhões de alfas nascendo semanalmente no mundo”, afirma à Crescer o pensador e pesquisador social australiano Mark McCrindle, que defende o uso do termo. Segundo ele, essas crianças são multitarefas e multiplataformas, ou seja, fazem mil atividades ao mesmo tempo e em diversos meios, além de terem as telas dos dispositivos eletrônicos como principal veículo de disseminação e recepção de conteúdo. Para elas, é normal viver nessa realidade de tempo fragmentada, em que podemos parar a pesquisa que estamos fazendo na internet para realizar outra tarefa, ou pausar o filme para intercalar outra atividade, ou mesmo conversar com alguém enquanto respondemos uma mensagem no celular.

 

Não bastasse toda essa enxurrada tecnológica, a vida em si está mais apressada. As famílias estão cada vez menores, com apenas um ou dois filhos. Antes, as pessoas tinham muitos irmãos, e, não raro, primos, tios e avós conviviam na mesma casa, dando suporte à educação dos menores, cada um de um jeito e na sua velocidade. As crianças podiam assistir à avó preparar um almoço, do descascar da primeira cebola ao servir na mesa, ou contar uma história no ritmo que sua memória permitia. Talvez, ajudar o avô a fazer um reparo na casa ou ver o tio confeccionar uma pipa para ela brincar mais tarde. Hoje, além da redução de processos e pessoas, boa parte dos pais e mães trabalha fora e convive menos com os filhos. “Com isso, eles se enchem de culpa e recompensam a falta de tempo atendendo a todos os seus pedidos”, argumenta o médico José Paulo Vasconcellos, do Departamento de Pediatria do Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria.

 

Segundo ele, desde o primeiro dia de vida, o bebê já é capaz de entender a espera, mas isso depende de como os pais lidam com o seu choro. Se eles pegam a criança no colo ou oferecem o peito para qualquer resmungo, estão ensinando que todas as suas solicitações devem ser atendidas de imediato. “Estamos falando da capacidade de frustração. Os pais que não deixam o filho chorar nem um pouco formam uma criança que acredita que o mundo foi criado para ela. Só que ela, certamente, enfrentará dificuldades se não entender que é apenas uma entre 7 bilhões de habitantes no mundo”, diz Vasconcellos.

 

Se esperar é complicado até para adultos, imagine para uma criança, que tem menos vivência e experiência. Que o diga o filho da professora Keudma Costa, 33 anos. Theodoro, 6, é carinhoso e amoroso, mas, nas palavras da mãe, também é imediatista, mandão e não sabe esperar. “Ao pedir algo para nós, ele sempre diz – agora”. “Quando fazemos refeições em restaurantes e ele termina, quer ir logo embora”, conta Keudma. Na opinião dela, o fato de o menino ter nascido prematuro fez com que a família tivesse cuidados excessivos e, hoje, ele não aceita a espera. “O que ele pedia, a gente dava na hora, desde um copo de água até um brinquedo. Tudo para atender às suas necessidades. Meu filho começou a achar que todos deviam viver em função dele. Na escola, a professora diz que ele não consegue ficar na fila na hora do lanche. Se não é o primeiro, faz birra”.

 

Nova atitude

 

Theodoro passa a manhã no colégio e, à tarde, sob os cuidados da babá, brinca no computador, no tablete e assiste à TV. Como já sabe ler, acessa os canais de vídeo sozinho e vê os desenhos na hora que quer. Segundo a mãe, ela e o marido conversam muito com o filho e explicam que cada coisa tem seu tempo, só eu ele responde: “Mas eu não posso esperar. É chato!”. Agora, para tentar reverter esse comportamento, os pais pararam de atender a seus desejos na hora. “A gente se preocupa muito com o tipo de adulto que vamos formar para o mundo. Queremos mudar isso. Quando ele quer algo, tenho pedido para esperar, mas dez minutos parecem intermináveis para ele.”

 

Espera é mesmo complicado. “Nascemos com um espírito de sobrevivência que nos impulsiona a resolver na hora tudo o que vemos como necessidade. Esperar só parece razoável quando temos uma visão mais abrangente da situação”, explica a psicóloga Tania Paris, presidente da Associação pela Saúde Emocional das Crianças (Asec). Ela diz que os adultos, em geral, não querem ver as crianças sofrendo e, às vezes, atropelam etapas para minimizar frustrações. Mas elas precisam descobrir maneiras de lidar com o que não as agrada. “Os pais não devem se sentir culpados por não prover os desejos na hora. O momento em que não é possível atender de imediato pode ser visto como uma oportunidade para o filho se desenvolver e encontrar meios de lidar com uma situação.”

 

Por volta de 6 anos, a criança já compreende que tudo é resultado de um processo – mas não custa praticar a espera desde cedo, em níveis crescentes da dificuldade. “É assim que se desenvolve empatia, autoestima, autonomia, perseverança, paciência e a percepção de que o mundo vai além de si”, diz Tania.

 

Uma parte desse imediatismo está relacionada às características biológicas do amadurecimento infantil, segundo o neuropediatra Antonio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe (PR). “Muitas crianças são impulsivas porque ainda não têm o controle inibitório da parte frontal do cérebro. Isso começa a mudar aos 4 ou 5 anos”, esclarece.

 

Caso o comportamento persista, além disso, é preciso avaliar a situação. Se ela está visivelmente estressada, sente dores recorrentes pelo corpo, apresenta fobias, não quer ir para a escola e tem medo de sair de casa, pode ser que esteja caminhando para uma patologia, explica Farias.

 

Quando isso acontece, um médico identifica o que causa a ansiedade. O problema pode ser trabalhado com terapias, esportes e tratamentos cognitivos para que a criança desenvolva habilidades como resiliência em situações adversas. Se essas medidas não funcionarem, recorre-se a medicamentos.

 

E o futuro?

 

Porém, a maioria dos casos não requer esse tipo de intervenção e está mais para uma mudança na postura dentro de casa. “O melhor que os pais podem fazer é ensinar aos filhos a lidar com as consequências de suas próprias escolhas, mas, nos últimos 20 anos, parece que nos esquecemos disso. Fazemos até a lição de casa para eles. Estamos errando. Esse comportamento, somado à atual realidade econômica (de facilidade de consumo) e à tecnologia avançada, potencializa a questão do suprimento dos desejos da criança, o que provoca distorções importantes”, explica o consultor, escritor, palestrante e estudioso de conflitos de gerações Sidnei Oliveira.

 

Ele diz que a primeira geração que recebeu uma grande dose desse protecionismo foi a Y (pessoas que hoje têm entre 15 e 35 anos). Muitos estão no mercado de trabalho e costumam querer resultados e reconhecimento imediatos. Ou seja, não têm paciência de esperar as coisas acontecerem e, até por isso, trocam mais constantemente de emprego. Mesmo satisfeitos com o trabalho, eles querem mudar – seis meses a dois anos foi o prazo dado para sair do emprego por quase metade dos entrevistados em uma pesquisa da empresa britânica de consultoria Deloitte, de 2009. É característica também dessa geração ter relacionamentos afetivos menos duradouros, com troca mais frequente de parceiros.

 

“Todo jovem é ansioso, mas a geração Y e, recentemente, a Z (menores de 15 anos), estão além do normal, pois não sabem lidar com a frustração. Só que é inevitável que se frustrem no mundo do trabalho. Precisamos de cicatrizes para crescer, pois elas trazem aprendizados. Claro que os pais não devem provoca-las trazendo sofrimento, mas também não podem proteger seus filhos de tudo”, defende Oliveira.

 

Segundo o escritor, para criar adultos equilibrados, os pais precisam explicar que não são seus assistentes pessoais. Isso significa que, se eles não fizerem a lição ou esquecerem de anotar o conteúdo da prova, terão de arcar com as consequências. No caso das mais novas, uma forma de aprenderem sobre causa e efeito, e ganharem responsabilidade, por exemplo, é deixar com que procurem pelos seus brinquedos ou naninhas antes de os pais pararem tudo o que estão fazendo para encontrar o objeto no lugar do filho.

 

Ensinar a esperar

 

Atitudes simples como essas já ajudam a amenizar o imediatismo e a ansiedade das crianças. Muitas vezes, o que elas querem ao pedir algo e exigir que seja feito naquela hora é simplesmente chamar a atenção dos pais. E se elas sempre são atendidas de imediato, o recado que recebem é exatamente este: é só pedir para ganhar. “Não é preciso dar presentes caros e a todo o momento para que uma criança goste dos adultos nem para compensar alguma culpa. Bastam atitudes simples no dia a dia que fortaleçam o vínculo, como ler uma história, brincar no chão, fazer cócegas e dar atenção a ela”, explica o pediatra Vasconcellos.

 

A tática da pedagoga Cristine Flores, 27 anos, para deixar o filho Cristóvão, 2 anos e 9 meses, mais calmo é a conversa: ela explica que existe hora para tudo. As situações campeãs de impaciência são quando ele quer brincar na praça e ir embora de restaurantes. “A comunicação, geralmente, funciona. Mas utilizo também outros recursos. Para ensinar sobre o horário de dormir, por exemplo, comprei um livro sobre a rotina de um urso até a hora de ir para cama. Depois da leitura, fazíamos um exercício de lembrar tudo que meu filho havia feito naquele dia e eu dizia que outras coisas legais aconteceriam no dia seguinte, mas, para isso, era necessário dormir. Agora ele entendeu”, conta Cristine.

 

Limitar o acesso aos jogos eletrônicos também é uma atitude que pode reduzir a impulsividade e a ansiedade. É claro, há games que têm abordagens e desafios interessantes para as crianças, mas os que contém violência podem piorar a situação. Vale salientar a recomendação médica da Academia Americana de Pediatria: até os 2 anos. Evitar o contato com as telas e, depois disso, o uso diário se limita a, no máximo, duas horas. “Essa primeira fase da vida é muito sensorial. Correr, pegar, cheirar e testar os sentidos melhoram as conexões cerebrais”, diz o neuropediatra Farias. O alerta da Agência Inglesa de Saúde Pública é que crianças que passam muito tempo na frente de gadgets tendem a ter mais estresse, ansiedade e depressão.

 

O uso das telas deve ser sempre moderado e intercalado com brincadeiras fora do mundo virtual. Passar horas seguidas sentado jogando, nem pensar. E, à noite, próximo à hora de dormir, é preferível evitar. “O uso noturno é um forte estímulo para distúrbios do sono”, alerta Farias. Um estudo da universidade canadense Dalhousie comprovou que a presença da televisão, computador, videogame e outros eletrônicos no quarto contribuem para a ansiedade e inibem o sono. A pesquisa mostrou que o cérebro relaciona o quarto com esses objetos a um local de lazer em vez de descanso.

 

Táticas para acalmar

 

Outra opção contra o imediatismo é a ioga. Pesquisadores da universidade alemã de Leipzig estudaram 48 crianças de 10 anos e descobriram que a ioga melhora o equilíbrio emocional e diminui os medos, o sentimento de desamparo e a agressividade. “Com a prática, os exercícios respiratórios ajudam na concentração”, explica João Carlos Soares, criador do projeto Yoga com Histórias, que se apoia em narrativas para estimular a ioga entre as crianças. Focadas no exercício que estão fazendo, elas aprendem a se concentrar no momento que estão vivenciando e a perceber melhor o ambiente, sem ansiedade, dando a cada atividade o tempo necessário para ser realizada.

 

Soares afirma que a prática pode começar aos 4 anos. A princípio, as aulas duram, no máximo, 30 minutos. “O ideal seria praticar todos os dias, mas duas vezes por semana é um bom começo”, diz. Na casa da pedagoga e professora de ioga Cassia Parmeggiani, 32, a prática faz parte da rotina. “Quando a criança faz birra, ela é ótima para acalmar. Antes de dormir e das provas, também ajuda. Funciona muito com os meus filhos. Sinto que a prática e as leituras de livros relacionados ao tema os deixaram mais concentrados na escola e nas atividades do dia a dia”, relata ela, que é mãe de Kyron, 4 anos, e madrasta de Mirko, 13.

 

Na tentativa de acalmar os pequenos, vale também testar a meditação. A ONG gaúcha Mente Viva acredita no poder dessa prática para melhorar a qualidade de vida infantil e difunde o método em escolas. “Pais e professores relatam que os alunos começaram a se colocar mais no lugar do outro e a refletir antes de tomar alguma atitude”, afirma Roberto Matheus Durli, diretor administrativo da ONG, eu já atendeu mais de 150 escolas em todo o país.

 

Lúcio Sausen, diretor da Escola Estadual Hiroshima, em Eldorado do Sul (RS), conta que desse que o projeto começou, há quatro anos, houve grande melhora na convivência entre os estudantes – em sala, eles ficaram mais tranquilos e no recreio, menos agitados. “As brincadeiras mudaram. Antes, a preferida era bandido e polícia e eles ficavam medindo forças. Agora, jogam bola, brincam de esconde-esconde e se divertem com jogo de tabuleiro.”

 

Um estudo recente feito nas escolas de Gramado (RS) que aderiram à meditação comprova que a prática auxilia diversos aspectos nas crianças. “Elas melhoram o vocabulário e a velocidade de pensamento, prestam mais atenção e conseguem entender melhor informações implícitas nas conversas”, relata Hosana Alves Gonçalves, uma das autoras do estudo e mestranda da PUC-RS.

 

Conversas, brincadeiras, ioga, meditação, esporte, livros… Independentemente dos métodos para promover bem estar emocional nas crianças e diminuir a ansiedade e a impaciência delas, tenha em mente que é preciso fortalecer sua autoridade como pai ou mãe. “Os pais precisam saber que têm o direito de falar não”, afirma o pediatra Vasconcellos. “Eles devem ponderar e dizer, de vez em quando: Filho, eu te amo, mas você não vai ter o que quer neste momento.” Que tal tentar?

 

Seis dicas para dar às crianças noção de tempo

 

Seu filho acha que um ano passa em dez minutos? Confira as sugestões de Zena Eisenberg, especialista em educação infantil e professora da PUC-Rio, para ele compreender melhor a espera.

 

 

1 – Faça uma pizza em casa – preparar com a criança alimentos que ela costuma encontrar já prontos, como pão e pizza, é uma ótima maneira de mostrar que é necessário ter dedicação, planejamento, trabalho e paciência para que as coisas se realizem: de ir comprar os ingredientes no supermercado até esperar a massa assar. Seu filho não só vivencia o processo, como vê o resultado concreto.

 

2 – Plante um pé de feijão – a partir de 3 anos, a criança já é capaz de acompanhar o crescimento da planta, ainda que não consiga entende-lo totalmente. Chame a atenção do seu filho para as diferentes etapas: a formação das raízes, o aparecimento do broto, das folhas, o crescimento. E, claro, envolva-o nos cuidados: regar, deixar ao Sol, pôr mais algodão.

 

3 – Registre a rotina – é por meio de suas obrigações diárias que a criança começa a entender que os acontecimentos têm certa frequência e duração. Fotografe seu filho nas principais tarefas do dia: acordando, escovando os dentes, tomando café da manhã, vestindo o uniforme. Imprima as fotos, monte um painel ou um varal e peça para que ele coloque os eventos em ordem. Assim, ele adquire a noção do que vem antes, depois e de tudo o que cabe em um dia.

 

4 – Crie um calendário – monte um grande calendário anual, colocando os principais acontecimentos: Carnaval, Páscoa, Natal, Dia das Crianças e aniversários de parentes e amigos (você pode colocar pequenas fotos deles). A partir de 2 anos, a criança já começa a contar. E ainda que não saiba quantificar com precisão, vai entender que falta muito tempo para o próprio aniversário quando vir todos aqueles quadrados em branco…

 

5 – Desmonte objetos – deixar seu filho desconstruir um relógio ou um brinquedo velho dará a ele a possibilidade de ver que eles funcionam por mecanismos. Cada peça é importante, tem seu papel e precisa estar no lugar exato, trabalhando em conjunto. Seu filho vai entender que algumas coisas são mais complexas do que ele imaginava.

 

6 – Não diga “é rapidinho” – a criança precisa de medidas mais concretas, em uma linguagem inteligível e relacionada ao universo dela. Se o seu filho quer brincar enquanto você vê um filme, não diga: “Já, já eu vou” ou “Espere um pouco”. Responda que vai assim que o filme acabar. Para dar uma dimensão ainda mais precisa, use programas de que ele gosta: “Vou demorar dois episódios da Dora” ou “Você precisa esperar o tempo do Rei Leão”.
Fonte: Revista Crescer – Fevereiro/2015 – Páginas 24,25,26,27,28,29,30,31, 32 e 33.
Por que os filhos devem esperar?, Artigo

Até o próximo post.

Criança dormindo com urso de pelúcia

O sono é um processo fisiológico dinâmico e ativo, o qual possui grande impacto em vários aspectos da saúde, das funções corporais e do desenvolvimento. No transcorrer dos primeiros anos de vida, ocorrem um grande número de importantes mudanças no crescimento e no desenvolvimento neuromotor. Dessa forma, a boa saúde do sono é de extrema relevância para as crianças e adolescentes por várias razões, desde o descanso físico e restauração energética até a influência sobre o crescimento e desenvolvimento.

Cuidar do sono de seu bebê, desde o princípio, é bom para ele e para você. Veja dicas de especialistas – pediatras, psicólogos e pais como você – para as noites tranquilas que todos merecem.

A imagem de um anjinho dormindo no berço para muitas mães não dura tanto quanto deveria: descansar suficientemente. Para o recém-nascido, o sono é em geral picotado pelas mamadas, que se repetem a cada duas horas, vai lá, três horas. São exceções felizes as mães cujos filhos logo atravessam a madrugada sem acordar. Superar essa fase cansativa é algo que vem aos poucos, naturalmente em parte, mas com cuidado para que os intervalos da fome noturna comecem a se ampliar até que o bebê durma a madrugada toda – quer dizer, pelo menos as seis horas suficientes para que todos se recomponham e estejam bem para o próximo dia!

Embora o sono seja em parte um instinto natural, para que ele aconteça de uma forma regrada (e dure a noite toda!) é preciso criar uma rotina que garanta ao bebê um sono tranquilo, atenção que será necessária durante toda a infância do seu filho.

Fato: aos 6 meses, a maioria das crianças têm condições de dormir a noite toda – e, se isso não ocorrer, está mais do que na hora de você começar a atuar para que isso aconteça. Em algumas fases do desenvolvimento – como quando começa a andar ou ir à escola – a criança pode ter recaídas, com dificuldade em pegar no sono sozinha ou com acordadas frequentes durante a noite. Mas se os bons hábitos já estiverem implementados, a tendência é que rapidamente retome o padrão habitual.

Entendendo o sono

O sono é dividido em ciclos. Para o bebê, cada ciclo dura 50 minutos (isso do nascimento aos 2 anos), contra os 90 minutos do ciclo do adulto. O que acontece é que, na transição de um ciclo a outro, há um breve despertar antes do ciclo seguinte. Sem saber que isso é natural e que nessa hora seu bebê pode dar uma resmungada e até uma choradinha, muitos pais supõem que ele esteja acordando. Ao serem muito rápidos em atender essa ameaça de choro, acabam fazendo com que a criança realmente desperte, e não consiga retomar o sono tranquilo. Mas, se os Pais se mantêm calmos, vai surgindo uma mútua confiança entre todos, que encoraja o crescimento do bebê e ajuda a construir uma autoestima forte.

Outro aspecto a ser considerado é que a relação entre a mãe e o bebê, que é um grude no começo, deve gradativamente dar lugar a um processo de autonomia do filho. E pegar no sono é, justamente, uma das primeiras coisas que o bebê pode aprender a fazer sozinho. Do lado da mãe, mesmo sem ter consciência, ela pode reagir mal a isso, usando o peito ou mamadeira para a manutenção dessa simbiose por um período maior que o necessário. E, com isso, acabar prejudicando seu filho do ponto de vista psicológico. E a si mesma, com uma rotina que a desgasta demais.

Insônia do bebê, estresse da mãe

A insônia do bebê – sim, pode-se falar em insônia, já que é um problema de falta ou inconstância do sono que se torna repetitivo – em geral é ligada a fatores externos e comportamentais, como não ter passado pelo ritual habitual para o início do sono ou estar excitado. O excesso de estimulação de uma casa movimentada demais ou de Pais que começam a agitar a criança em horário já de dormir também atrapalham. Mas, no polo oposto, a reação à falta de atenção dos Pais ou dos cuidadores pode também dar em noites em claro. Isso tudo costuma ser tratado pelos especialistas com o que eles chamam de higiene do sono – um conjunto de práticas que buscam trabalhar todos esses aspectos e que contribuem para o relaxamento e manutenção do sono. É também possível que uma criança tenha uma insônia que seja consequência de um problema ou doença física, e isso poderá ser investigado por um pediatra se as mudanças de hábitos não derem conta de provocar noites tranquilas na sua casa.

Métodos de sono ideal

Entrevistamos o pediatra Claudio Len, pai de Francisco, Beatriz e Sílvia, a psicóloga Renata Soifer Kraiser, mãe de Nicole e Laura, e a neurofisiologista Ana Chrystina Crippa, filha de Ana Maria e José para enumerar essas dicas para ajudar seu filho a dormir bem. Junto, os depoimentos de pais que atestam que funcionam!

1 – Diferenciar dia da noite – logo que nasce, um bebê pode passar longos períodos dormindo, o tempo quase todo. A intervalos, mais ou menos regulares, acorda para mamar, pouco se importando se é dia ou noite.

Cabe à mãe colocar um ritmo aos poucos, diferenciando o dia da noite mantendo as janelas abertas, luz natura no quarto do bebê e o barulho cotidiano normal da casa durante o dia. Tudo isso se contrapondo ao escuro e silêncio da noite.

2 – Administração das mamadas – deixar mais livres as mamadas do dia, de forma que o bebê ingira um volume de leite maior e, em contrapartida, diminuir aos poucos as mamadas durante a noite. Isso ajuda a dar uma organização no biorritmo natural. Aos 6 meses, com a introdução das papinhas no esquema de refeições e lanches usuais, isso se consolida e a criança começa a ter mais condições de gradativamente passar a dormir a noite inteira.

A mãe que recomeça a trabalhar fora pode achar boa ideia amamentar durante a madrugada. Pode ser uma cilada, já que, mais do que nunca, ela precisa dormir bem com a jornada dupla! O jeito é buscar uma solução, talvez com uma mamada-ceia por volta da meia-noite e outra bem cedinho, garantindo seis horas de sono ininterruptas para os dois.

Quando a criança completa 1 ano, uma rotina bacana seria jantar, mamar por volta das 20 horas e depois acordar apenas às 6 horas.

3 – Ritual repetido – criar um ritual de atividades que sempre anteceda a hora de ir dormir faz a criança começar a associar esse momento ao sono. O banho, por exemplo, pode ser um marco que separa o dia da noite. É bom que seja seguido de uma massagem, que ajuda a criança a relaxar e a ficar satisfeita com o contato da mãe. Aí começa a terceira etapa, com uma atividade tranquila e que seja oportunidade de estreitar o vínculo entre os Pais e a criança… mas isso a gente explica melhor no próximo item.

4 – A voz dos Pais é o melhor acalanto – a música de ninar, com seus sons repetitivos e simples, pode ser o último passo de uma noite tranquila. Ao perceber que uma canção tem efeito relaxante sobre a criança, não hesite em torna-la a música oficial de nanar – dessas coisas que vão fazer parte de memória afetiva do seu filho a vida toda.

A leitura de livros é indicada a partir dos 2 anos de idade. As historinhas podem até, eventualmente, ajudar a falar um pouco sobre os medos noturnos e a mostrar uma opinião positiva e gostosa da hora de dormir, com um tipo de associação simples do tipo: “Se o meu personagem preferido gosta de dormir, eu também posso gostar”.

Para a criança, ouvir a voz dos Pais – seja cantando ou contando uma história – é algo que transmite a segurança de tê-los por perto e uma confiança gostosa. O efeito pode ser obtido também com uma prece ou com um comentário sobre o dia.

“Quando eram bebezinhos, eu os pegava e ficava passando meu rosto perto do deles, fazendo carinho e cantava baixinho. Depois de um tempo vinha aquele suspiro de alívio e dormiam. Até hoje, já com 4 anos, eles me pedem: mamãe, canta que eu estou com sono!” – Viviane Sasaki, mãe dos gêmeos Marcus Vinicius e João Gabriel.

5 – Meia-luz – a luz pode não afetar o sono do recém-nascido, contudo, mais para frente, quando o bebê começa a ver melhor, pode ser uma fonte de estímulo e afetar a capacidade de adormecer da criança. Dessa forma, caso ela não apresente medos noturnos – quando pode se sentir mais protegida com um ponto de luz leve – deverá dormir num ambiente escuro.

6 – Um travesseirinho ou mascote de pano – quando a criança ainda é pequena, é recomendável (e muito importante para o bom desenvolvimento emocional) que ela se apegue a um paninho, travesseiro ou bichinho. É o chamado objeto transicional. Ele cumpre a função de transição entre a realidade externa e a mente do bebê, fazendo com que, aos poucos, ele vá introjetando um sentimento de proteção e segurança que vem dos Pais e passa para esse objeto escolhido – que deve ser algo macio e seguro para o bebê.

A chupeta, que também pode ser usada para auxiliar a adormecer, pode ter alguma função calmante por diminuir as excitações da fase oral da criança, mas não tem a mesma função do objeto transicional.

“Quando ele não quer dormir imediatamente, pede leite para ganhar um tempo. Dou, então, a mamadeira. Depois, levo ele para a cama e o deixo com seus carrinhos. Em questão de minutos ele pega no sono.” – Thayssa Sarmento, mãe do Ricardo, de 2 anos.

7 – Hora de dormir – o ambiente e a rotina familiar interferem muito no sono das crianças. Num ambiente mais calmo, temos crianças mais calmas, e o contrário também acontece: agitação gera agitação. Esqueça as brincadeiras ou programas excitantes antes de dormir (televisão ligada, inclusive), se quiser que seu filho tenha uma noite de sono reparadora. É preciso ter um horário para dormir. E tentar ao máximo não mudar a rotina, evitando diferenciar dias de semana e finais de semana.

“Mudei logo o ritmo de casa, cortei até a televisão depois das 22 horas. Passei a ler mais à noite, e aproveitar para ficar com o André, meu marido. Faço questão de não ter nada no ambiente que desperte a atenção dela.” – Bruna Andrade, mãe da Alice, hoje com 5 anos.

8 – Hora de dormir 2 – conforme as crianças vão crescendo, começam a pedir e insistir para ficar com os Pais, a se recusar a ir para cama. É hora da “função paterna” contra a relutância em dormir, que pode ser exercida por qualquer pessoa responsável pela criança com a colocação clara de limites. Regras são necessárias para o bem-estar da criança. Com segurança, mas sem a necessidade de gritos e brigas, que terminam por provocar mais.

“Sabemos que a agitação não é ideal para uma boa noite de sono. Mas, quando chegamos do trabalho, bagunçamos com ele. Depois organizamos juntos tudo. Aí, vem banho e cama. Hoje, quando é hora de arrumar as coisas, ele já sabe: “ôpa, hora de baixar a bola.” – Alex Queiroz, pais de Nicolas, 3 anos.

De 0 a 12

De acordo com um levantamento feito pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (SEPIA) da universidade de São Paulo, os distúrbios do sono são diferentes nas diversas fases da infância. A pediatra Sonia Maria Baldini, autora da pesquisa, enumerou para a Pais e Filhos os distúrbios mais comuns em cada faixa etária:

– Bebês de 0 a 3 anos – doenças infantis são causas frequentes de inúmeros distúrbios do sono, como dormir demais, falta de sono, sonolência diurna, sono agitado, apneias, despertares muito frequentes. É que nariz entupido, tosse, febre, coceiras podem ocasionar uma noite mal dormida. As causas alimentares – a falta ou excesso de apetite – também influem no sono. O pediatra costuma checar tudo isso para tratar e orientar a família.

– De 3 a 6 anos – nesta faixa etária ainda são comuns os medos do escuro, de fantasmas, de monstros e, às vezes, de ladrão. Isso porque as crianças ainda têm dificuldade de diferenciar as suas fantasias da realidade. E, nesta idade, é comum que as crianças despertem por causa de sonhos e pesadelos.

– De 5 a 12 anos – nesta fase, pode aparecer o sonambulismo, o terror noturno (quando a criança acorda assustada, mas sem ter pesadelo), sonilóquio (falar dormindo), bruxismo (ranger os dentes), enurese noturna (xixi na cama) e os pesadelos. Essas manifestações não costumam despertar maiores preocupações, se forem leves e esporádicas. Seu pediatra poderá encaminhar para um especialista para esclarecimento diagnóstico, se as manifestações estiverem prejudicando o sono.

Deixar chorando, pode?

Quando os Pais já estão desesperados e exaustos, às vezes experimentam o método de “choro controlado”, muito usado em outras gerações, e que significa deixar o bebê chorar até que durma. Embora já tenha sido bastante usado, muita gente, como a psicóloga especialista em ritmos de sono do bebê e da criança, Teresa Sousa, consideram hoje que esse método afeta a confiança que o bebê desenvolve com os Pais e compromete a sua noção de segurança.

Teresa lembra que é importante considerar as razões do choro – que pode ser fralda molhada, cólicas, sede, roupa apertando, frio ou calor. É necessário que os Pais saibam entender o choro, traduzindo essa linguagem dos bebês, que é um pedido de algo. Outra coisa é quando se trata de um chorinho tipo “reza”, que vai passando até o bebê adormecer – e que nem chega a ser exatamente “chorar”.

Todo esse cuidado e atenção é fundamental para o desenvolvimento da relação de confiança entre a criança e os Pais. “Ou seja, ao deixar o bebê chorando sozinho estamos indo contra a base de um sono saudável – que é sentimento de conforto e segurança”, completa a especialista.

A alternativa é deixar o bebê no berço e manter um contato físico com ele até que se acalme. Aos poucos, você pode passar a se manter no quarto, mais distanciado, e progressivamente, mais e mais, até que ele passe a dar conta de dormir sozinho.

Este é mais um artigo cujo objetivo é orientar e ajudar os Srs. Pais no pleno desenvolvimento dos          pequenos.
Fontes:
A importância do sono para o crescimento
http://www.clinicamonpetit.com.br/blog/a-importancia-do-sono-para-o-crescimento/
Revista Pais e Filhos – Ano 45 – Março / 2014 – Páginas 46, 47, 48, 49, 50 e 51.

Leia também:

O sono do bebê – BabyCenter

Até mais pessoal.

Os filhos pequenos são vulneráveis, por isso é dever de todo pai ter o máximo de preocupação possível, mas, tomar conta das crianças nem sempre é uma tarefa simples e para isto existem dicas para facilitar o dia a dia sempre ajudam.

Abaixo seguem ideias bem legais que tratam não só de como organizar os brinquedos ou limpar a roupa do(s) seu(s) filhos, assim como “espantar os monstros do quarto!”.

  1. Guardar e transportar as chupetas em potinhos é muito mais higiênico
  2. Como organizar o carro para uma viagem
  3. Limpar as roupas com uma mistura eficaz de água oxigenada, sabão e bicarbonato de sódio
  4. Transforme a embalagem de shampoo em um extensor da torneira

Para ver o conteúdo completo das 19 dicas geniais para deixar a vida de qualquer pai mais fácil e também divertida para as crianças, clique aqui.
dicas para os pais

Até o próximo post.

Por mais que os familiares tomem o maior cuidado e tenham total atenção às crianças, acidentes em casa não são raros, pelo contrário, acontecem com certa frequência.

As crianças pequenas não têm capacidade e maturidade para avaliar o perigo. Guiadas pela curiosidade, pegam objetos como: botões, tampas e rolhas de garrafas, moedas, pregos, parafusos e até brinquedos com peças pequenas que encontram em casa e podem se envolver em situações de perigo.

Muito dos acidentes na infância, principalmente os domésticos, podem ser evitados. Apresentamos algumas dicas para prevenção deles:

Quedas

– Nunca deixe os bebês ou as crianças sozinhas em cima de uma cama, bancada, móvel ou cadeirinha de refeição.

– Cuide com as escadas, principalmente quando as crianças estão começando a engatinhar e dando os primeiros passos. A sugestão é providenciar portões de isolamento, impedindo que a criança se aproxime das escadas.

– Coloque grades de proteção nas janelas, principalmente se morar em apartamento.

Choques

– Use protetores (plugues ou fita adesiva) nas tomadas de luz, pois as crianças gostam de colocar o dedinho ou objetos na tomada, principalmente na fase em que estão engatinhando.

Queimaduras

– Verifique a temperatura da água do banho.

– Verifique a temperatura de mamadeiras ou alimentos.

– Cuide com caixas de fósforos, pois a criança pode coloca-los na boca.

– Mantenha as crianças longe do fogão.

– Nunca deixe o ferro ligado com o fio desenrolado e ao alcance das crianças. Além da alta temperatura, é perigoso pelo seu peso e pela ligação à eletricidade.

– Não deixe as panelas com os cabos voltados para fora do fogão. Preferencialmente, utilize as bocas do fundo do fogão.

Medicamentos

– Os medicamentos devem ser guardados fora do alcance das crianças, em lugares altos e, de preferência, em armários ou caixas bem fechadas.

– Não ofereça à criança medicamentos sem prescrição ou orientação médica.

– Antes de ministrar algum medicamento, verifique se o prazo de validade já expirou.

Intoxicações

– É fundamental fazer rigorosa triagem nos armários sob a pia da cozinha para averiguar se há algum produto com substâncias cáusticas, detergentes, produtos de limpeza e até a soda cáustica ou formicidas que, quando ingeridos, podem causar consequências graves e até fatais.

– Não coloque em garrafas de refrigerantes, detergentes ou qualquer outro produto de limpeza: a memória visual da criança é ótima e assim ela poderá ingerir substâncias altamente tóxicas julgando estar tomando refrigerante do seu hábito e de seu agrado.

Ferimentos

– Cuidado com objetos cortantes como: facas, garfos e tesouras. Mantenha-os sempre longe do alcance de crianças.

– Não permita que as crianças manuseiem objetos de vidro ou de porcelana como: copo, garrafa, pratos e travessas, pois podem cair sobre eles, provocando cortes sérios.

– Mantenha torradeiras, cafeteiras, ferros elétricos, fósforos e isqueiros longe do alcance dos pequenos.

Este é mais um artigo cujo objetivo é orientar e ajudar os Srs. Pais no pleno desenvolvimento dos pequenos.
os perigos dos acidentes na infância
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Segue um texto bem interessante que recebi em uma newsletter agora a pouco.
Vale a pena conferir:

Importância da leitura na formação da criança

O valor e a importância da leitura começam em casa. Contar histórias é um costume antigo da humanidade e que precisa ser mantido nos dias atuais, seja contando ou lendo histórias às crianças. A leitura deve ser uma atividade prazerosa entre a criança e seus familiares, deve se constituir em uma forma mágica de brincar com as palavras, estimulando a criança a desenvolver a imaginação.

O papel de pais e educadores é o de oferecer às crianças, desde cedo, o contato com obras-primas da literatura infantil, ou seja, tomar contato com livros de boa qualidade. Com isso, é possível que a criança crie o hábito e o prazer pela leitura. A criança a quem os pais contam histórias crescerá cercada de livros e buscará a companhia deles ao longo da vida. Assim, favorece-se o interesse por ler e, mais tarde, por estudar sobre todo o tipo de assunto. Criam-se assim condições mais favoráveis para o futuro do estudante.

A criança é imaginativa, exercita a realidade por meio da fantasia. Por isso, é preciso oferecer várias fontes de literatura como: contos, histórias sem texto escrito (somente com ilustrações), fábulas, poemas e cantigas. As crianças gostam de leituras que lhes deem prazer, portanto, identificar assuntos que as interesse é sempre uma boa alternativa.

É preciso deixar as crianças expressarem seus gostos e preferências pela leitura de diferentes gêneros, permitindo que leiam os livros por puro entretenimento.

A leitura, como qualquer arte, vai além da informação e a criança precisa ser estimulada para gostar de ler e crescer como um bom leitor, pois gostar de ler é um hábito que se desenvolve e pode ser alimentado pelos pais, sempre.

Indicações de leitura para crianças de acordo om a faixa etária

2 anos – a criança, nessa faixa etária, costuma se prender ao movimento, ao tom de voz, e não ao conteúdo do que é lido ou contado. Ela tem sua atenção conquistada por meio do uso de fantoches e de objetos que conversam com ela durante a história. Por isso, as histórias devem ser rápidas e curtas, pois a criança ainda não desenvolveu sua concentração e fica inquieta se a história se prolongar.

Procure livros que tenham uma gravura em cada página, evidenciando formas simples e com cores atrativas visualmente.

Nesta fase, a criança apresenta uma grande necessidade de pegar o livro para explorá-lo, para manuseá-lo; assim como o faz com outros objetos. Os livros de pano e de plástico, feitos com material tóxico, são os mais indicados para essa idade. Livros elaborados com outros materiais também podem ser manipulados pela criança, porém, com a supervisão de um adulto.

3 anos – nessa fase, as histórias ainda devem ser rápidas, com poucos personagens e com textos curtos. O enredo deve ser simples e vivo, aproximando-se, ao máximo, das vivências da criança. Nessa idade, as crianças têm grande interesse por histórias de bichinhos, brinquedos e seres da natureza. Identificam-se facilmente com todos eles.

As histórias devem ser contadas com muito ritmo e entonação. Para isso, faça as vozes dos personagens e os imite; certamente, as crianças irão adorar e ficarão atentas.

Os fantoches continuam sendo um material muito indicado. É possível utilizar um avental de contação de histórias e estimular a criança a participar do momento, podendo manusear os personagens.

A música exerce um grande fascínio sobre a criança dessa idade; assim, muitas canções podem ser apresentadas nos enredos das histórias, de modo a conquistar ainda mais atenção e o interesse.

4 a 6 anos – Os livros devem conter gravuras, ilustrações, desenhos, etc., sem texto escrito ou com textos que podem ser lidos pelas próprias crianças ou por adultos para elas. As imagens dos livros devem proporcionar uma situação que seja significativa para as crianças ou que lhes seja atraente.

A graça, o humor, cria um clima de expectativa ou mistério que são fatores essenciais nos livros para prender a atenção da criança dessa idade.

As crianças gostam de ouvir a história várias vezes. É a fase de “conte outra vez”.

Um recurso maravilhoso para prender a atenção das crianças dessa fase é a transformação do contador de histórias com roupas e objetos característicos. A criança acredita realmente que o contador de histórias se transformou no personagem ao colocar uma máscara, chapéu, capa, etc.

Existem no mercado excelentes títulos apropriados para cada fase do desenvolvimento cognitivo da criança. Livros apenas com gravuras ou com textos com letras de forma.

Cabe aos pais fazerem uma boa escolha e investir na educação de seus filhos.

Dicas para estimular a criança a gostar de ler

– Escolha o momento certo para contar uma história para seu filho.
– Peça que ele escolha a história que gostaria de ouvir.
– O livro de história deverá estar de acordo com a faixa etária da criança.
– Faça uma leitura enfática.
– Caso a criança ainda não seja alfabetizada, acompanhe o texto com o dedo, indicando as linhas do livro onde está lendo. Para as crianças alfabetizadas, estimule-as a ler trechos, falas de personagens, por exemplo.
– Se perceber que a criança está cansada, interrompa a leitura e retorne a ela em outro momento.
– Contextualize com a criança a história quando terminar de conta-la. Procure saber o que ela achou da história – se concordou com o final ou se gostaria de criar outro para a história. Fazendo isso, você estará ajudando a criança a desenvolver o senso crítico.
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