Dentro da família os Pais são convocados a assumir diversos papeis no desenvolvimento do filho, como os de: segurança, médico, carregador de boneca, jogador de futebol, professor, gandula, goleiro, e por aí vai.

De fato, ter e criar os filhos é uma aventura. Isso porque os Pais precisam estar sempre atentos e preparados para assumir o controle de qualquer situação a qualquer momento. E, para isso, devem assumir uma função diferente, que pode ser de protetor, quando eles se sentirem em perigo; de médico, quando falar que a vacina não vai doer e ainda vai impedir que se fique doente; em professor quando houver dificuldade em alguma lição, etc.

A necessidade de se assumir diversos papeis na criação dos filhos foi tema da pesquisa de duas psicólogas, a canadense Joan Grusec, da Universidade de Toronto, e a israelense Maayan Davidov, da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Elas identificaram algumas interações no relacionamento entre Pais e Filhos que influenciam diretamente no amadurecimento dos pequenos. Mas é preciso ficar claro, como ambas frisaram em seu estudo, que não existe um modelo de criação, mas há alterações de papeis de acordo com determinada situação da vida das crianças.

Veja algumas funções apontadas pelas especialistas:

Protetor – comumente, todos nós, quando crianças, desenvolvemos hábitos de procurar um adulto para obter ajuda com algo. Um exemplo é uma criança que chora em busca da proteção do Pai. Automaticamente, o Pai abraça a criança, o que resulta em diversos benefícios para ela também em sua fase adulta. Com o tempo, o cérebro do pequeno passa a ser “treinado” para, eventualmente, lidar com o estresse por conta própria. “Confortar um filho agitado, equivale a investir na sua cooperação futura, no seu desenvolvimento emocional positivo e seu bem-estar geral”.

Professor – é por causa dessa função que a criança aprende algumas coisas que serão usadas para sempre, como, por exemplo, a usar o vaso sanitário, a manejar talheres, a comportar-se em situações e também com sentimentos. O ensinamento deve ser realizado por etapas, sempre de forma íntima e gentil. “Depois de avaliarem o que o filho já sabe, os Pais instruem sobre o passo seguinte oferecem apoio até a criança assimilar o conteúdo transmitido. Com isso, ela não apenas absorve novos ensinamentos, como passa a compreender o quadro mais abrangente do problema.”

Disciplinador – todo Pai precisa garantir que as crianças tenham disciplina na vida. Nem sempre deve ser ligada a uma crítica ou a um castigo, mas podem ocorrer diversas ações positivas também, como o ato de elogiar um bom comportamento, por exemplo. É importante que haja equilíbrio para que a criança se sinta motivada e crie em si o senso de responsabilidade. “Se a reação dos Pais for disciplinarmente fraca, o comportamento que gerou o problema não vai mudar. Em contrapartida, o excesso de disciplina também pode prejudicar a capacidade de definir limites para si mesma!, garantem. Por isso o conselho é que o Pai entenda e conheça o seu filho suficientemente para eleger a melhor estratégia de controle. O bom uso da disciplina permite à criança crescer sabendo fazer as coisas certas por conta própria.

Participante – o ato de negar não deve ocorrer a todo o momento, é claro. Alguns desejos razoáveis devem ser atendidos pelos Pais. Isso porque as crianças ficam mais propensas a aceitar com bom ânimo algo que lhes é solicitado depois. Isso não deve ser confundido com a recompensa de gestos de cooperação, o que é um perigo enorme para a educação da criança. O correto é você atender aos pedidos que não estejam ligados com nada que lhes foi exigido. Crianças com esse tratamento tendem a ser mais felizes e a ter habilidades sociais positivas, menos problemas e menos discussões, afirmam as especialistas. Uma boa ideia é sempre participar das brincadeiras. Mesmo se for com um chá entre amigos com os pequenos, ou uma partida de videogame ou de futebol.
Fonte: Jornal Saúde Ultrafarma  – Agosto/2015 – Páginas 24 e 25.
Passinho Inicial

Leia também:

Opinião: A função dos pais é ajudar o filho a se constituir como pessoa
Para uns, os filhos fazem tudo certo, para outros, fazem tudo errado.
Ambas atitudes colaboram pouco para o desenvolvimento da criança.

http://g1.globo.com/educacao/noticia/2010/04/opiniao-funcao-dos-pais-e-ajudar-o-filho-se-constituir-como-pessoa.html
psicologapais

Até o próximo post.

Os pais e filhos devem evitar consumir o que não seja realmente no Dia das Crianças. Muitas pessoas gastam o que não precisam e dão o que as crianças não necessitam, muitas vezes acabam ficando endividadas;

O Dia das Crianças se aproxima e os pais lotam shoppings, lojas e feiras à procura de presentes para os filhos. Quem não consegue dar um presente conforme o desejo do filho, por mais caro que seja e fora da sua capacidade de consumo, acaba ficando com a consciência “pesada” e acabam se endividando para agradar as crianças. Às vezes por não terem tempo para seus filhos os pais querem compensar isto financeiramente, ou seja, gasta o que tem e o que não tem para agradá-los. Ainda existem aqueles que não tiveram muitas condições quando pequenos e não desejam que seus herdeiros passem pelas mesmas privações.

Embora possa se justificar todas as atitudes, se faz necessária uma reflexão mais profunda para verificar quais são as consequências dessas atitudes consumistas para a formação dos nossos filhos.
Dar presentes baratos ou caros aos filhos no dia das crianças ou em outras datas comemorativa não é errado, porém é preciso ser responsável e ensinar os limites aos pequenos, além de dar afeto, carinho e pensar na formação do caráter humano. Caso contrário, em qual momento estas crianças aprenderão a valorizar o mundo em que vivem, se eles têm o que desejam a toda hora? Existe um ditado antigo que diz: “Quem não valoriza o pouco, não merece o muito”.
Aqueles que são pais precisam refletir mais: será que não estão ensinando os seus filhos a pensar que o único sentido da vida é consumir sem parar?

Converse com o seu filho sobre a real necessidade daquele querido presente. Lembre-o do seguinte:
– A quantidade de lixo que se gera a partir das embalagens da nova aquisição;
– Se seria o momento certo de presentear com algo novo;
– Se uma conversa, um carinho ou um momento em família não valeriam como um verdadeiro presente.

Caso neste Dia das Crianças você for comprar um brinquedo novo, é aconselhável fazer uma reciclagem dos antigos. Compartilhe uma regra com seu filho: a cada novo brinquedo que ele ganhar, um antigo será doado a quem não tem.

Leia também:

A criança e o consumismo
http://br.guiainfantil.com/televisao/417-a-crianca-e-o-consumismo.html
criança assistindo à televisão

Até o próximo post.

Socorro! Meu filho come mal é um livro baseado na série com o mesmo nome do canal GNT. O programa é um reality show que fala sobre alimentação infantil. Gabriela Kapim e Ana Abreu recebem o pedido de socorro de uma família que tem alguma questão séria com a alimentação de seu filho e a partir daí traçam um plano de ação para reverter a situação. O livro ensina como os Pais podem modificar a alimentação dos seus filhos de maneira saudável e não traumática.

Conhecendo as dificuldades que muitas das famílias enfrentam em relação a alimentação dos pequenos que convivem conosco diariamente, resolvemos transmitir aos Pais algumas dicas retiradas do livro para que possam usar no dia a dia dos seus filhos em uma série de circulares do nosso Projeto – Conversando com a família – Socorro! Meu filho come mal.

“Seu filho come mal? Não há nenhuma dificuldade alimentar que não possa ser resolvida com uma xícara de paciência, uma pitada de carinho, um punhado de dedicação e uma boa dose de orientação nutricional. E é com prazer e alegria que trazemos uma série de dicas, receitas, histórias e atividades que podem ajudar você e sua família a adotarem hábitos alimentares mais saudáveis.”

Gabriela Kapim e Ana Abreu

Os 10 mandamentos para uma boa alimentação infantil

1 – Alimentação é acima de tudo um gesto de cuidado e carinho – uma alimentação saudável é sinal de cuidado e de preocupação com a saúde do seu filho, agora e no futuro. Alimentar as crianças de forma saudável é mais do que um gesto de saúde. É simplesmente um gesto de amor. Parece óbvio? Pois tendo isso sempre em mente, inserir uma boa alimentação na rotina das crianças fica ainda mais fácil. Uma alimentação saudável é sinal de cuidado e de preocupação com a saúde do seu filho, agora e no futuro. Na correria do dia a dia, muitas vezes optamos por saídas mais fáceis e práticas, e oferecemos aos nossos filhos alimentos que não nos tomam tempo, nem de preparar, nem de introduzir um novo sabor no cardápio. Mas ceder ao conforto e aos hábitos (isso sem falar nos ataques que muitas crianças dão para comer o tal biscoito recheado de sempre) é uma solução a curto prazo. Em termos de saúde, e de qualidade de vida a médio e longo prazo, não é uma boa escolha… A saúde dos nossos filhos está em nossas mãos! Você deixa seu filho sem tomar vacinas obrigatórias? Imagino que não. E seu filho gosta de tomar vacina? Você fica com o coração apertado em vê-lo chorando? Imagino que sim! Mas nem por isso deixa de vaciná-lo, certo? Porque é uma questão de saúde: pode ser desagradável no momento da injeção, mas vai protege-lo de uma série de doenças no futuro. Podemos pensar que com a alimentação saudável se dá o mesmo, mas com a grande vantagem de não doer e de ser bem mais gostoso!

2 – Alimentação consciente é uma questão de educação – comer de forma saudável é algo que se aprende em casa, e desde cedo. O ideal é que a alimentação equilibrada seja introduzida desde o nascimento, mas é importante saber que nunca é tarde para mudar. E a mudança deve ser feita o quanto antes, pois quanto mais tempo acostumada a se alimentar de forma precária, mais difícil pode ser o processo de transformação. A pessoa responsável pelos cuidados cotidianos da criança, seja a babá ou a avó, por exemplo, também deve ser devidamente orientada. As regras devem estar claras e devem ser cumpridas por todos. Procure estar atento também ao cardápio da escola, ao lanche que seu filho leva de casa e, em caso de dúvidas, procure o nutricionista da escola. Seu filho pode ficar todos os dias sem escovar os dentes, sem lavar as mãos ou sem fazer o dever de casa? Pois é com a mesma determinação que a alimentação deve ser tratada: tem que comer bem simplesmente porque é preciso!

3 – Comida não é moeda de troca – não pode haver negociação entre comida e qualquer outra coisa, como brinquedo, passeio ou festa. É comum prometer mundos e fundos caso a criança coma bem, e muitas vezes é uma estratégia que funciona. Mas, o que acontece quando não se promete nada? A criança vai comer, ou está acostumada a comer sempre em troca de alguma coisa? Se as trocas começam ser a única forma de fazer com que a criança coma bem, algo está errado. E alguns Pais, na hora do sufoco, acabam fazendo ameaças que muitas vezes nem cumprem, o que pode ser muito ruim para a relação de confiança que a criança estabelece com os Pais. Então, de volta à premissa anterior: a criança tem que comer bem e pronto! Eu sei que falando assim pode até parecer difícil ou mesmo impossível, mas se você de fato acredita nisso e entende a importância da alimentação para a saúde do seu filho, estará mais seguro para enfrentar o processo de transformação. Além disso, os seus valores em relação à alimentação são os valores que serão passados para o seu filho. Então vamos lá: você acredita que a criança deve comer apenas em troca de alguma coisa ou porque é essencial para a saúde e bem estar dela que se alimente bem? A única negociação possível na hora das refeições é entre um alimento e outro. Vale trocar uma colher de cenoura por uma de creme de espinafre, ou um pedaço de frango por um ovo cozido. Chega de comprar seu filho para que ele se alimente bem!

4 – O prato precisa ter cinco cores diferentes – cinco cores no prato, esse é meu lema! Um prato saudável e completo deve conter:

1 – Proteína (carne, frango, peixe, ovo, frutos do mar, laticínios…)

2 – Cereal (arroz, trigo, milho, aveia, quinua…)

3 – Leguminosa (feijões, lentilha, ervilha, grão de bico…)

+ E para completar as cinco cores, mais dois vegetais coloridos: verde, vermelho, laranja, amarelo, rosa ou branco.

Mas por que exatamente cinco cores? Por dois principais motivos: um é lúdico e o outro é nutricional. Vamos lá: o prato colorido é um jeito lúdico de mostrar para criança a variedade de cores que os alimentos trazem. Criança adora tudo o que é colorido. Assim como as cores dos brinquedos, das roupas e dos jogos, as cores dos alimentos também podem ser uma grande diversão! Mas essa brincadeira tem uma questão nutricional importante: a variação de cores está diretamente relacionada com a variação de nutrientes. Os alimentos alaranjados estão cheinhos de betacaroteno, os vermelhos de licopeno, os verdes escuros estão recheados de ferro… Um exemplo simples de prato colorido e saudável: arroz, leguminosa (varie entre os diferentes tipos de feijão, a lentilha, a ervilha, o grão de bico), proteína (carne, peixe, frango, ovo, de preferência sem fritura) e pelo menos dois tipos de vegetais de cores diferentes.

5 – Os Pais são sempre o melhor exemplo para os filhos – muita atenção ao que você come na frente do seu filho. Dificilmente seu filho terá uma alimentação saudável se você come mal. A primeira coisa a ser feita antes de iniciar qualquer mudança alimentar em uma criança é dar bom exemplo. Os Pais sempre serviram como o maior exemplo para os filhos, e isso também vale quando o assunto é alimentação. As crianças não entendem porque os adultos podem comer mal e eles não. De que adianta proibir seu filho de beber refrigerante se ele o vê fazendo isso diariamente? Por que ele deveria ter uma alimentação saudável e você não? Se seu filho come mal, comece a reparar que mensagem você está passando sobre a importância da alimentação para ele, não na sua fala, mas nas suas ações! Nossos filhos aprendem muito mais com o que fazemos na frente deles do que com o que falamos para eles. Portanto, bom exemplo sempre!

6 – A hora da refeição deve ser um momento de prazer em família – aproveite as refeições para curtir a família. Na correria do dia a dia, são raros os momentos em que todos estão juntos. Então se esforce para fazer pelo menos uma refeição em família, a que for possível para você. Essa reunião em família ao redor da mesa pode ser um grande prazer! Converse com a criança, conte algo que aconteceu no seu dia, pergunte como foi na escola. Valorize a alegria de estarem juntos, porque assim a criança não vai associar os momentos das refeições a obrigação e chatice. As refeições podem ser o palco de grandes momentos: quantas grandes empresas não começaram em um almoço de negócios? Quantos pedidos de casamento não foram feitos em um jantar romântico? Então valorize esses momentos e curta cada refeição com a sua família.

7 – Refeições sem distrações – sem televisão, celular, tablete e videogame. Nada de televisão, tablete, videogame ou celular ligados durante as refeições. Já diziam nossas avós: a hora das refeições é sagrada. A ordem aqui é comer com prazer e curtir. Se a criança só come assistindo televisão, por exemplo, ela não presta atenção no que está comendo. Dessa forma a criança não distingue os sabores dos alimentos. Além disso, o cérebro não registra da forma correta o que a criança comeu, e ela pode querer comer demais – ou de menos. É essencial que a criança saiba o que está comendo e fique atenta à mastigação. Quando se come com distrações, mastiga-se menos; com isso se produz menos saliva, o que acaba prejudicando muito a formação do bolo alimentar e consequentemente a absorção de alguns nutrientes. Além disso, se a criança aprende a curtir as refeições, vai se tornar uma ótima parceira em idas a restaurantes com os Pais.

8 – Para gostar tem que experimentar – seu filho é daqueles que diz que não gosta de um determinado alimento antes mesmo de experimentar? Não preciso nem dizer que para gostar tem que experimentar, né? E tem que ser várias vezes! Você deve oferecer aos eu filho várias receitas feitas com o mesmo alimento. A forma de se preparar o alimento pode mudar sua textura e até seu sabor. Quer que seu filho coma cenoura? Então ofereça cenoura crua, cenoura cozida, suflê de cenoura, purê de cenoura, bolo de cenoura… São inúmeras as opções de receitas com o mesmo alimento, o que aumenta a chance de aceitação da criança! Estudos dizem que é preciso experimentar pelo menos dez vezes um mesmo alimento para que a criança (e o adulto) tenha certeza se gosta ou não. Então, considerando que podemos fazer pelo menos dez preparações diferentes de cada alimento, seria necessário experimentá-lo cem vezes antes de dizer que não gostamos. Tá bom, cem vezes pode ser muito, né? Mas o importante é não desistir! Se a criança fala que não gosta uma única vez, insista mais um pouco e procure variar a preparação do alimento.

9 – Se a criança não estiver com fome não precisa comer … – eu sei que o coração muitas vezes aperta, mas quando a criança só quer saber de enrolar na hora das refeições, não adianta insistir. Ela só está testando o limite e a paciência dos Pais. Se ela estiver com fome, irá comer. Se não quiser comer, retire o prato da mesa. Sem brigas, insistência, nem discussões. Mas não vale dar nenhuma outra coisa para a criança comer, principalmente besteiras! Quando ela estiver com fome e pedir para comer, ofereça comida novamente. Não fique oferecendo comida o tempo todo para a criança, deixe que ela sinta falta e peça. É importante, também, que a criança entenda que existe uma ordem nas refeições: café da manhã, colação, almoço, lanche, jantar e ceia. E que desta forma não é possível, por exemplo, lanchar sem ter almoçado, pois existe uma sequência de refeições, e uma não deve substituir a outra. Lembre-se: ter sempre em mente que isso é a melhor coisa para a saúde do seu filho vai ajudar muito no processo!

10 – As regras são para todos os membros da família – lembra da importância do exemplo dos Pais? Vamos estendê-la para toda a família! Não adianta nada aplicar as regras para uma criança e não para o seu irmão. E muito menos os Pais ficarem de fora. A saúde de todos é igualmente importante. As regras são para todos. Só assim a criança vai entender que não adianta mais birra, choro, e nem ânsia de vômito! Se todo o ambiente estiver propício para que a alimentação consciente passe a ser regra, a criança passa a aceitar com mais facilidade.
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Fonte de consulta:
Socorro! Meu filho come mal.
Gabriela Kapim e Ana Abreu
Editora Leya  – Páginas 16 a 35.

Passinho Inicial

Leia também:
– Fruta: item obrigatório na lancheira do seu filho

Até o próximo post.